05/10/2007

Isto é Gente: A mais sexy de 2007





Ela é de MatarCom o fim do enigma sobre quem matou Taís, o objetivo agora é desvendar a misteriosa Alessandra Negrini, uma mulher para quem ser sexy é ter tesão pela vida
TEXTO FÁBIO TORRES

Desde que apareceu no vídeo esbanjando sensualidade na minissérie Engraçadinha - Seus Amores e Seus Pecados, em 1995, Alessandra Negrini se transformou em referência na tevê brasileira e no imaginário masculino. Doze anos depois, ela mostra que ser sexy não é para qualquer mulher. O jeito, o olhar e o sorriso da atriz transmitem sensualidade naturalmente. Em grande momento profissional, deu vida à diabólica Taís e à doce Paula de Paraíso Tropical, de Gilberto Braga. Aos 37 anos, casada desde 2002 com o músico Otto, de 38, com quem teve Betina, de dois anos, também é mãe de Antônio, dez, do relacionamento com o ator Murilo Benício. Com o fim da novela, viverá o descanso merecido das musas, mas por pouco tempo. Vai relaxar ao lado do marido e dos filhos, mas logo assume nova empreitada. Levará para algumas cidades da Europa a peça As Gaivotas, de Tchekov. Para aqueles que já começam a sentir saudade do olhar provocante de Alessandra, um alento: ela poderá ser vista em breve nos filmes Cleópatra, de Júlio Brassane, e Os Desafinados, de Walter Lima Jr.
Considera-se uma mulher sexy?
Se ser sexy for ter tesão pela vida, então eu sou sexy. E vamos combinar que um pouco de malícia não faz mal a ninguém, deixa a vida mais leve, mais divertida, mais aveludada.

Em que momentos se considera mais sensual?
Sempre que possível, especialmente quando a barra começa a pesar, aí ouço uma voz que fala baixinho dentro da minha cabeça: "Hei, gata garota, tá difícil? Então dá um jeito de ficar mais gostosinho... se entrega".

O que faz uma mulher sexy?
A disposição para a liberdade.

Considera-se mais sensual agora do que aos 20 anos?
Muito mais! Aos 20 anos eu ainda era boba, levava tudo muito a sério. A mulher leva muito tempo pra aprender a ser um pouco mais malandra. O homem não, por isso eles se divertem mais, mas também devem ter outros problemas que eu nem imagino!

Acredita que as gêmeas vividas por você contribuíram para esta imagem?
Cada uma tinha seu jeito de se comunicar: uma mais contida, mais delicada, a outra mais agressiva e exuberante, nas duas coloquei meu desejo, meu amor. Interpretar me dá muito, muito prazer, acho que é isso que o público sente, espero.

Como se sente habitando o imaginário masculino?
Sei lá, é gostoso, me sinto mulher.

Você tem uma vida reservada. Como consegue manter essa discrição sendo protagonista da novela de maior audiência do País?
Não é fácil, às vezes acho que estou sendo invadida e, por mais que eu acredite que é uma ilusão, que na verdade ninguém tem real acesso à minha intimidade, que uma das funções do artista é ser esse objeto de fantasia da sociedade, confesso: não é fácil.

Até que ponto isso interfere na sua vida familiar? É meio chato pra todo mundo, mas aos poucos vai se criando imunidade, é só não se misturar com a fantasia dos outros, e ter paciência. Quando a novela acaba, melhora.

Como fica a mãe Alessandra Negrini numa fase de trabalho intenso como agora? Sente-se culpada?
Não acho culpa uma coisa saudável. Quando acontece penso: "Por que vou me sentir culpada? Por que estou trabalhando?" Não. Meus filhos estão crescendo fortes e quero que eles tenham uma mãe feliz.

Você já declarou que não gosta do culto à estrelas. Como consegue driblar esse rótulo?
Eu não gosto de culto a coisa nenhuma, e o que a gente mais encontra por aí é o culto à futilidade, esse é o pior de todos. Sou uma estrela quando tenho que ser, quando não, quero mais é relaxar, viver a vida.

Considera-se uma anti-estrela então?
Claro que não! ah, ah... isso seria o cúmulo do estrelismo! Só me esforço para não me deixar aprisionar por esse circo todo. Tenho muito apreço pela liberdade, gosto de poder caminhar pela rua, olhar as pessoas, olhar o mundo. Não é possível que realmente alguém goste de fazer pose o tempo todo.

A persona sexy existe no seu cotidiano? Como você é em casa?
Relax...

É vaidosa em que escala?
Sou vaidosa, mas tento me controlar, pra não deixar a vaidade me trazer mais problemas do que prazer. Nós mulheres temos de estar atentas a isso.

Como equilibra a rotina de dona de casa com a de estrela de tevê?
Uma coisa me dá força pra suportar a outra.

Tem preocupação com a boa forma?
Sim. Tenho uma boa alimentação e faço exercício sempre que possível.

Como seu marido reage ao assédio excessivo sobre você num momento de sucesso como Paraíso Tropical?
Encontrou o jeito dele, se concentrou muito no trabalho, compôs dois discos e saiu cantando pelo mundo afora. Tivemos que agüentar as saudades, mas foi bom assim.

Isto interfere no seu casamento?
Interfere em tudo, mas a vida é feita de interferências simultâneas e sucessivas, não é?

Como reagiu às críticas, sobretudo no início da novela?
Eu penso que o que eu tenho pra dizer como artista é o que eu tenho pra dizer e pronto, não há como ser diferente. É o que eu sinto, como estou vendo o mundo naquele momento, minhas tentativas, meus acertos, minhas imperfeições, meus encontros. Tudo isso está ali na minha composição, é a minha verdade. Quem quiser gostar, muito que bem, quem não quiser...

Que avaliação faz de seu trabalho em Paraíso Tropical?
Foi um trabalho extremamente difícil e prazeroso ao mesmo tempo. Agora no final, dou uma olhadinha pra traz e digo: "Ufa! Parabéns, você venceu!" É uma sensação muito boa, de missão cumprida, de realização pessoal. E é claro, o sucesso da novela, é uma doce recompensa.

Acredita que as gêmeas Paula e Taís serão uma nova referência em sua carreira?
Penso que sim, especialmente porque foi um trabalho dentro de uma obra de grande qualidade, foi uma novela marcante.

Quais os projetos para depois da novela?
Fazer nada. Depois, teatro. Viajo pela Europa com A Gaivota, de Tchecov.

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