30/09/2008

Alessandra Negrini fala sobre a nova dobradinha com o diretor Julio Bressane, em 'A erva do rato'


A atriz Alessandra Negrini, que está no filme "A erva do rato", dirigido pelo cineasta Julio Bressane, concedeu uma entrevista sobre o processo de criação da personagem, como foi trabalhar com o diretor e sobre sua carreira no cinema. O filme, que tem sessões para o público esta terça-feira, às 15h30 no Odeon, e na quarta-feira, às 15h40 e 22h30 no Estação Vivo Gávea 3, é a segunda dobradinha do diretor com a atriz, algo extremamente raro nas produções de Bressane. Baseado nas obras literárias de Machado de Assis: "A causa secreta" e "Um esqueleto", o longa conta a história de um casal que se conhece no cemitério e acaba se aproximando após o desmaio da moça. Ela (Negrini) e Ele (Selton Mello) referem-se um ao outro apenas com os respectivos pronomes durante a história.

Vencedora do prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Brasília no ano passado pelo filme "Cleópatra", também de Bressane, Negrini comprovou oficialmente possuir os requisitos para encarar uma trama tão aguda e irônica como "A erva do rato". A atriz, que iniciou sua carreira na novela "Olho no olho", já tinha obtido bons elogios com a minissérie "Engraçadinha... seus amores e seus pecados", destacando-se como uma promissora profissional na dramaturgia brasileira. Em 1997, fez sua primeira aparição no cinema no premiado "O que é isso, companheiro?" e continuou pelas salas de projeção em filmes como "Um crime nobre", de Walter Lima Jr., e "Sexo, amor e traição", de Jorge Fernando.

Leia agora a entrevista com a atriz:

Julio Bressane teve poucas musas. Helena Ignez, Maria Gladys e agora você. Como você se vê nesse time seleto de atrizes que se destacaram por escolhas cinematográficas baseada no risco, na coragem?

Pôxa, isso é um elogio, mas nunca pensei por aí. Queria fazer coisas de qualidade e instigantes. Se não há risco e coragem envolvidos, é porque não há trabalho a ser feito. E isso vale tanto para os filmes do Julio, quanto para ser protagonista da novela das oito. Na verdade, eu sempre penso que estou arriscando tudo, mas que também não estou arriscando nada. Afinal, não estou operando ninguém e nem construindo um prédio. Estou fazendo arte. Posso errar quantas vezes eu quiser, porque não existe erro, a viagem é outra!

Como foi a preparação para "A erva do rato"? Houve ensaios? Bressane fornece algum tipo de material (livros, manuscritos, gravuras) da sua vasta biblioteca para a preparação de "Erva" e do filme anterior? Como o contato com esse material é exercitado e depois assimilado de alguma maneira no fazer o filme?

Sim, é no ensaio que o filme começa a existir. Foram dois meses, mais ou menos de longas conversas sobre o filme, sobre as cenas e até sobre a vida. Na hora da filmagem tem que estar tudo isso ali, de fácil acesso, porque não há tempo para mais nada. É chegar e fazer. No geral, é take único. A cena mesmo só existe na hora, o ensaio é a gestação. Julio tem uma forma maravilhosa de te colocar no universo do filme, ou seja, de te fazer entender e sentir a criação mental dele através da imagem. Ele traz muito material iconográfico. Através da observação de pinturas, ele vai te mostrando a textura do filme, o clima, os personagens e até a ação. É muito interessante porque cinema é imagem! É um outro caminho, não o do drama psicológico, que também faz parte, mas não é o mais importante nos filmes do Julio.

O filme é uma adaptação de dois contos de Machado de Assis, dos quais Bressane disse ter tirado não mais que poucas linhas. Machado divide com Guimarães Rosa o título de nosso grande escritor. Você temeu desagradar os puristas canônicos que podem apontar uma suposta liberdade excessiva para com o autor, e que já tinham feito restrições ao "Brás Cubas" bressaniano? Alguns já haviam criticado "A causa secreta", filme de Sérgio Bianchi, também inspirado no mesmo conto usado por Bressane.

O filme não é uma adaptação. É uma invenção do Julio, um roteiro que tem dois núcleos tirados de dois contos do Machado: "A causa secreta" e "Um esqueleto". Na verdade o que o Julio sempre fala é que se trata de sugerir o estilo literário do Machado na imagem, um exercício de tradução desse estilo em termos de estética, de imagem.

O que mudou em termos práticos (exercícios de preparação, contato no set), de "Cleópatra" para "A erva do rato"?

"Cleópatra" era grandioso, um vôo alucinógeno. "A erva" é íntimo, subterrâneo e misterioso. Um jogo de concentração absoluto. Eu e o Selton tínhamos que manter a tensão sem quase nos olhar. Foi como contracenar pelo avesso, muito interessante, mas não dá pra explicar, só vendo o filme.

Veneza faz parte da tríade sagrada de festivais de cinema de todo o mundo, junto com Cannes e Berlim. Bressane tem exibido seus filmes com regularidade por lá. Como foi sua experiência pessoal de mostrar lá "Cleópatra" e "A erva do rato"?

Foi muito bom descobrir que o seu trabalho pode comunicar e emocionar para além da sua própria cultura, em outros lugares do mundo e em outras línguas. Faz você se sentir artista e isso é o melhor! Esses festivais, mesmo com todo o caráter mercadológico da coisa, se sustentam ainda, como centros de reflexão cinematográfica e por isso os filmes do Julio são tão bem recebidos. Confesso que fiquei deslumbrada com a delicadeza e sensibilidade com que fomos tratados, e agora, por ter ido lá pela segunda vez consecutiva, me surpreendi com o número de pessoas que me conheciam, com foto e tudo para autografar! Cheguei a pensar: será que está passando uma novela aqui e eu não sei? Não, era o filme do Julio mesmo!

Só você e Selton atuam no filme. No teatro isso é bem mais comum, embora no cinema não seja inédito. Esse processo traz peculiaridades técnicas?

Foi como eu falei: contracenar pelo avesso. A gente quase não se vê e nem se fala no filme. Nem eu nem o Selton sabíamos no que isso ia dar. Um processo muito misterioso mesmo. O bacana é que ao ver o filme, a gente se surpreendeu com a sintonia que estava lá, magicamente registrada.

Você tem trabalhado mais intensamente no cinema nos últimos anos, em parceria com cineastas-autores como Bressane e Walter Lima Jr. De que maneira estes diretores modificaram a sua maneira de ver o cinema e de entender o seu lugar na produção audiovisual brasileira?

Estou pensando sobre isso e não sei te responder ainda. Só sei que estou mais satisfeita e feliz com o meu oficio. E estou muito apaixonada por cinema.

De que forma uma experiência de entrega radical como "Cleópatra" pode te dar novos subsídios para sua atuação na TV?

Sei lá. Todo trabalho te faz melhor. Eu me acho uma rainha então....quem sabe trouxe mais estirpe (risos).

O que te espera na televisão nos próximos meses?

Por enquanto, férias.

Existe um Bressane na TV brasileira hoje?

Existem pessoas que ousam, experimentam e até criam linguagem. Eu mencionaria o Guel Arraes e o Luiz Fernando Carvalho.

Você trabalhou em seis filmes. Obras tão diferentes como "O que é isso, companheiro?", "Um crime nobre", "Os desafinados", os de Bressane, e "Sexo, amor e traição". O que lhe dá mais prazer no cinema, e o que lhe dá menos? Gostaria de ter feito mais coisas?

Tudo é difícil e um grande prazer ao mesmo tempo, mas vamos embora vivendo. Isso é o que interessa.


Fonte: O Globo.



26/09/2008

Selton Mello tenta beijar Alessandra Negrini após mostra de cinema


Na pista de dança, ator chegou bem perto de Alessandra

Selton Mello, Alessandra Negrini e Felipe Simão foram os solteiros mais cobiçados da boate The Week na noite desta quinta-feira (25). O único que conseguiu terminar a festa fora do 0x0 foi Selton. Alessandra Negrini chegou a ensaiar um “chega mais” com um moreno e depois, inclusive, com Selton Mello. Os dois foram vistos bem juntinhos na pista de dança, mas um amigo da atriz interrompeu.

Selton, assediado por várias mulheres, elegeu a estudante Alice Motta, de 21 anos, para ganhar beijos e conversinhas ao pé do ouvido ao som de muita MPB, funk e marchinhas de carnaval. Após trocar beijos com a morena, o ator percebeu que estava sendo fotografado e terminou a noitada na Pizzaria Guanabara, no Leblon, na companhia de duas amigas. Simão foi visto conversando com várias mulheres diferentes, mas deixou a boate .

A festa aconteceu após a exibição do longa de Bruno Barreto, “Última parada 174”, que marcou a abertura do Festival do Rio de Cinema, no Cine Odeon, no Centro do Rio.

Fonte: Revista Quem.


Selton Mello fica com morena, mas flerta com Alessandra Negrini


Atores se olharam a noite toda e foram assediados por diversos pretendentes

Os atores Alessandra Negrini e Selton Mello chegaram juntos ao Cine Odeon, para a estréia do Festival do Rio, nessa quinta, 25. Os dois estariam ficando ou seria só amizade? Digamos que os dois ficaram num “quase” - mas quem fisgou Selton foi uma outra morena, que não era a Negrini.


Quem estava de olho nos dois atores desde o tapete vermelho apostava que eles formariam um casal antes do sol raiar.

Na festa do festival na boate The Week, cada um tinha a sua rodinha de amigos. Havia quase uma fila de mulheres para beijar, abraçar e conversar efusivamente para Selton. Já Alessandra dançava bastante e tinha alguns pretendentes que estavam marcando em cima.

A moça, num vestido justo e curto, colocou um cigarro na boca e fez biquinho para que um de seus pretendentes o acendesse. Mas ele era só mais um na noite às voltas com a atriz. Volta e meia, Alessandra e Selton se reencontravam. Parecia que algo poderia acontecer... mas não acontecia.

Até que Selton acabou sucumbindo ao assédio de uma morena, anônima, e pelo menos dessa vez, nessa noite, ele e Alessandra continuam apenas bons amigos.

Fonte: Ego


Negrini domina tapete vermelho em saída de filma

Negrini e Giulia Gam dominam tapete vermelho em saída de filme

Rodrigo Santoro e Selton Mello partiram para a festa do Festival do Rio, no clube The Week

A largada do Festival do Rio, nessa quinta-feira, 25, foi dada com um soco na boca do estômago dos famosos. "Não tenho nem muito o que dizer depois desse filme... de tão contundente. É muito forte", afirmou Camiola Pitanga (¬¬), depois de assistir ao "Última parada 174", no Cine Odeon.

A atriz foi a que menos badalou no tapete vermelho deitado sobre a Cinelândia. Alessandra Negrini fez diversas poses para os fotógrafos. Giulia Gam – com um longo negro comportadíssimo, o oposto do vestidinho de Alessandra – saiu logo atrás dela e tentou se desculpar: "Não dá para fazer pose, mas dá para fotografar".

Enquanto Giulia não fazia fotos mas fotografava – e muito -, Maitê Proença passava por ali com um grupo de amigos. "Não vamos passar por aí não, que não é legal", afirmou Maitê, esquivando-se da imprensa.

Menos tocados pela contundência do filme, Selton Mello e Fábio Assunção comentavam animadamente sobre o quê tinham assistido: “Muito bom, muito bom”, concordavam. Já Rodrigo Santoro combinava com amigos como ir para a festa de abertura do festival, no clube The Week.

Alessandra no Festival do Rio


A gente faz o que pode’, diz Alessandra Negrini sobre seu look no Festival do Rio

Atriz chamou atenção com vestido decotadíssimo e curto

Assim que chegou ao tapete vermelho da abertura do Festival de cinema do Rio, nesta quinta-feira, 25, Alessandra Negrini chamou atenção por dois motivos: seus cabelos e seu vestido: ambos curtos. A roupa ainda tinha como atrativo um decote generoso.

“O convite da festa pedia black and tie. A gente faz o melhor que pode”, disse ela sobre sua roupa. Antes, fez questão de explicar que a peça era de um novo estilista europeu de nome Gaspar Ierovich.

Já sobre os cabelos, que pareciam ainda mais curtos, ela disse:
“Meus cabelos? Corto todo mês”, encerrou para fazer pose para os fotógrafos para em seguida, entrar no Cine Odeon acompanhada de Selton Mello, com quem chegou.

Fonte: Ego

23/09/2008

Nosso blog tá famoso !

Tinha que abrir um post só pra me gabar ! :D hahahaha mas precisava comentar isso aqui !

Anteontem o Tv Fama mostrou uma matéria sobre o Otto, e falaram tb da Bettina, daí que como de costume eqto falam, passam imagens ou fotos das pessoas em questão. Ao falarem da nossa mini-Barbie mostraram a montagem q eu fiz p/ o níver de 3 anos dela, aqui msm p/ o blog. Bom saber que o nosso blog está tão famoso assim, é por isso q como sempre, ñ duvido de tb ter a Alê por aki :)

Essa é a montagem:

Postagens.


Essa é p/ o pessú fiel que sempre visita o blog !
Fãs, quero pedir desculpas pela demora em atualizar algumas notícias da Alê, estou um pouco ocupada e sem tempo pelo meu trabalho e estudos, mas quero que saibam que é só por isso, e ñ por desinteresse pela nossa estrela. Espero poder me organizar melhor em breve e continuar atualizando as notícias com a rapidez de antes. No mais prometo novas fotos p/ alguns posts, montagens e mto em breve, um novo layout de template p/ o blog, já c/ o novo visú da Alê.
Obrigada sempre pela preferência e por tornarem esse blog um sucesso. O que me dá a certeza de que a Alê tb o visita às vezes...
Beijo carinhoso, voltem sempre :*

Aline.

22/09/2008

Alessandra Negrini: cabelos curtos e pneuzinho...


Mas que continua uma boneca, isso continua... xD

Atriz deixa gordurinhas à mostra ao sair da academia. Mas quem não tem?
Os cabelos curtos de Alessandra Negrini já não são mais novidade, já o seu corpinho... Pela calça apertada, dá para perceber que a atriz está ligeiramente acima peso. Sem problemas: a moça foi flagrada nesta segunda-feira, 22, saindo de uma academia na Zona Sul do Rio de Janeiro, com jeito de quem já está cuidando da situação.

Fonte: Ego.

Alê no Altas horas




Espero que todos tenham podido assistir a Alê no Altas Horas, o programa foi bem divertido ! Apesar das costumeiras perguntas pouco criativas e das sempre respostas evasivas da Alê p/ questões do tipo, o programa foi interessante. Podemos ver coisas momentos descontraídos e pouco vistos da nossa estrela, como ela sambando e atuando em um filme trash rsrs

Deixo algumas fotos e um vídeo do you tube, para quem ñ viu ou, quer rever !






Vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=NCq5Wn3ZA60

14/09/2008

"A obra de Bressane ainda causa espanto no Brasil", afirma Alessandra Negrini


Protagonistas de "A Erva do Rato", de Julio Bressane, Alessandra Negrini e Selton Mello tiveram poucas horas juntos em Veneza, na terça-feira, 2. O ator está rodando em Londres a história de Jean Charles de Menezes e esteve na cidade italiana apenas para assistir ao filme e apresentar duas sessões - ele perdeu a primeira exibição e a coletiva do filme. Já Alessandra acompanhou tudo, emocionando-se com a recepção calorosa ao filme na primeira sessão de imprensa, na segunda-feira, 1º. Eles falaram com o UOL no terraço do hotel Excelsior:
Como foi esse convite do Julio Bressane?

Selton Mello - Fiquei muito feliz, porque sou entusiasta do cinema do Julio. Topei na hora, sem nem saber direito o que seria.

Alessandra Negrini - Ele me chamou uns três meses antes, estava em turnê com a peça "A Gaivota". Fizemos ensaios particulares, eu, ele e o Selton, na sala do Julio. É um grande prazer trabalhar com ele.

E como está sendo a recepção aqui em Veneza?

Selton - A Alessandra tinha me dito para prestar atenção na reação do público aqui. Fiquei comovido com o respeito que o Julio tem aqui.

Alessandra - A primeira sessão foi muito comovente, o Julio até se emocionou porque os jornalistas aplaudiram em pé.

A reação ao trabalho dele aqui é diferente?

Alessandra - É. Eles conhecem o trabalho, estudam o Julio. A obra do Julio no Brasil ainda causa espanto. E sempre há uma reação a essa novidade. Mas acho que lá também existe um publico jovem que se permite essa viagem.

O roteiro dele está totalmente pronto quando vocês começam a trabalhar?

Alessandra - Sim, o roteiro é preciso. Ele sabe exatamente o que quer. Não tem "depois a gente muda". O que fazemos é um trabalho de aproximação desse roteiro, porque ele não se apresenta com facilidade. O Julio nos fornece informações, muita iconografia. Por exemplo, eu sabia como iam ser as cores do filme antes de começarmos a rodar. Ele parte muito mais da imagem do que do drama dos personagens.

Ter um diretor que sabe tanto o que quer e é tão culto não intimida?

Selton - Não, porque tudo é feito com doçura. Ele é um camarada agradável. É um set doce.

Alessandra - O Julio é amoroso, ele está te amando ali no set e quer o que você tem para dar. É um processo amoroso, não é racional, não é intelectual.


Fonte: UOL Cinema.

Diretor diz que filme traduz espírito de Machado de Assis, com Selton Mello e Alessandra Negrini no elenco


VENEZA - O cineasta Júlio Bressane, símbolo do cinema independente brasileiro, volta ao universo literário de Machado de Assis para reavivar a repulsa das pessoas a ratos e esqueletos no filme A Erva do Rato, apresentado nesta terça, 2, no Festival Internacional de Cinema de Veneza.

Apresentado na seção Orizzonti, A Erva do Rato é um filme exigente, apreciado após ser visto e que faz o público sofrer durante a exibição.

Em entrevista coletiva, Bressane explicou que não é uma adaptação de Machado de Assis, mas é uma tradução em imagens de seu espírito.

A base literária são dois contos do escritor: Um Esqueleto e A Causa Secreta, mas deles há poucas linhas no filme, embora tenham sido feitas várias referências em torno de dois elementos: os ratos e os esqueletos, as duas coisas que, em toda a história da arte e do homem, sempre provocaram repulsa.

Este jogo semiótico, segundo o diretor, é protagonizado por Alessandra Negrini - que já trabalhou com Bressane em Cleópatra (2007) -, e o ator Selton Mello (O Cheiro do Ralo).

A Erva do Rato tem uma primeira máscara, nas palavras de Bressane: a literária. Com ela é possível recuperar a qualidade de Machado de Assis (1839-1908) para reinventar a língua portuguesa, com novas linhas formais e estruturas que resultam em uma narrativa cinematográfica insólita.

A Erva do Rato - o único veneno que não tem antídoto, segundo o filme -, começa em um cemitério no qual duas pessoas, cujos nomes são apenas Ele e Ela, se conhecem e são condenadas a ficarem juntas para sempre.

Ela se submeterá a partir de então a Ele na dura tarefa de transcrever as histórias que lhe conta e que encherão centenas de cadernos que consumirão sua energia.

A palavra protagoniza A Erva do Rato à primeira vista, mas após esta primeira máscara há outra: a luz, diz o diretor.

Desta forma, as referências pictóricas aparecem ao redor da pintura de Edouard Manet (1832-1883) e, especialmente, do quadro O Almoço sobre a Erva (Le déjeuner sur l'herbe), que impulsionou o Impressionismo, apesar de seu autor renegar o termo.

Fala da percepção e do desenvolvimento da luz. A luz é um processo químico e está antes dos atores e das cenas, disse.

Júlio Bressane, que é co-editor do filme junto com Rosa Dias, começou sua carreira em 1966 com o curta Lima Barreto - Trajetória e logo surgiu como um dos protagonistas do Cinema Novo brasileiro, onde desenvolveu uma carreira marcada por uma linguagem experimental, ritmo pausado e clara tendência estética.

Em 1985 já havia feito uma adaptação de Machado de Assis em Brás Cubas e entre seus últimos títulos se destacam Miramar (1997) e Dias de Nietzsche em Turim (2001).


Fonte: Estadão

Alessandra Negrini e Selton Mello lançam 'Erva do rato', de Julio Bressane, em Veneza




VENEZA - O veterano cineasta Julio Bressane, chamado pela imprensa estrangeira como símbolo do cinema independente brasileiro, volta ao universo literário de Machado de Assis para mostrar a repulsão, através de ratos e esqueletos em "A erva do rato", apresentado esta terça-feira em mostra paralela do Festival de Veneza.

Exibido na seção Horizonte, "Erva do rato" é cinema inquieto, para ser apreciado através de sinais e sofrer com eles.
- Não é uma adaptação fiel de Machado de Assis. É uma tradução em imagens do seu espírito - explicou o diretor brasileiro.
A base literária são dois contos, "Um esqueleto" e "A causa secreta", mas deles há pouco no filme. Apenas um apanhado de referências em torno de dois elementos: os ratos e os esqueletos. "As duas coisas que, em toda a história da arte e do homem, provocaram repulsão", definiu Bressane.

O "jogo semiótico", nas palavras do diretor, é protagonizdo por Alessandra Negrini - que esteve ano passado em Veneza apresentando o filme anterior de Bressane, "Cleópatra" - e Selton Mello. Os dois vivem os únicos personagens do filme e sustentam os longos planos do cineasta.
"Erva do rato" tem uma primeira máscara, nas palavras de Bressane: a literária. Com ela, o cineasta recupera o talento de Machado de Assis (1839-1908) para "reiventar a língua portuguesa, com novas linhas formais e estruturais" e têm como resultado uma narrativa cinematográfica insólita.
"Erva do rato" - um único veneno que não tem antídoto, segundo o filme - começa em um cemitério, onde duas pessoas se conhecem. Seus nomes são, simplesmente, Ele e Ela, e os dois estão condenados a ficar juntos para sempre.
Ela só terá a Ele para a dura tarefa de transcrever as histórias que conta, o que encherá centenas de cadernos e irão consumir toda sua energia. "Depois que cai a primeira máscara vem a luz", conta o diretor.
E aí começam as referências pictóricas que remetem a pinturas de Edouard Manet (1832-1883), em especial o quadro "O almoço sobre a erva", marco do Impressionismo, apesar de o autor negar sua finalização.
- Fala da percepção, da expansão da luz. A luz é um processo químico e está antes à frente dos atores e domina a cena - completou Bressane, que já adaptou, em 1985, "Memórias póstumas de Brás Cubas', de Machado de Assis.


Fonte: O Globo Online

Cineasta carioca abusa de nu feminino mas nega filme erótico

VENEZA - Importante em toda a cinematografia de Julio Bressane, a referência da pintura clássica e seu jogo de luz e sombra é mais uma vez elemento fundamental em A Erva do Rato, o novo filme do diretor, apresentado na segunda-feira fora de competição em Veneza.
- Para mim, o princípio de um filme é a luz, mesmo antes de existir o roteiro, os atores, a direção- disse Bressane, numa entrevista marcada por citações intelectuais, como costuma fazer em seus debates.
O cineasta explicou que neste caso há uma lembrança do pintor italiano barroco Caravaggio, habitual em seus filmes, mas principalmente do francês Édouard Manet, um pré-impressionista, e de forma específica, de seu famoso quadro Le Dejeuner sur l'Herbe.
Também comparecem como inspiração as representações da cena mitológica grega do julgamento de Paris.
- Acredito que essas referências pictóricas são uma máscara de papelão, e meu interesse é o que surge atrás delas, que não deixa de ser outra máscara- complementou o cineasta, sob o olhar atento do diretor do festival, Marco Mülller, raramente presente nesses encontros com a imprensa.
A Erva do Rato nasceu, segundo Bressane, de engramas - traços e estímulos nos neurônios - de dois contos de Machado de Assis, A Causa Secreta e Um Esqueleto. Dessa junção, surge o personagem de um homem (Selton Mello) que acolhe uma jovem (Alessandra Negrini) desmaiada no cemitério e cultiva com ela a formação literária e depois passa a fotografá-la nua, obsessão dividida apenas com a perseguição a um rato.
Presente à entrevista, Alessandra Negrini comentou seu segundo trabalho com Bressane, depois de Cleópatra.
- É muito prazeroso para um intérprete trabalhar com um autor como ele. Meus ouvidos estão sempre atentos ao que ele tem a dizer, o que é sempre algo importante, uma viagem a um universo muito particular- comentou a atriz.
O título do filme refere-se a um veneno indígena.
- O que me interessou nessas duas histórias é o horror que o homem tem do rato e do esqueleto, da simbologia que nasce dessas duas figuras- pncluiu Alessandra.
Para Bressane, o rato na simbologia ocidental significa a morte, o tempo e o apetite sexual. Apesar de exibir com freqüência na fita o órgão sexual feminino, Bressane negou ao ser questionado se era um autor erótico.
- O que você acha bonito é o que te dá prazer; todo mundo vai à procura da beleza e do gozo sexual- disse Bressane.
A adaptação de Machado de Assis não é novidade na trajetória de Bressane, que assumiu no passado o risco de filmar Memórias Póstumas de Brás Cubas. Mas ele acredita que há Machado em muitos de seus filmes.
- Machado é um inventor da língua portuguesa, na verdade um re-inventor da prosa e da lírica, e seu estilo já sugeria nos anos de 1800 imagem, ou seja, cinema- disse o Bressane.
O diretor lembrou ainda que ao final da fita, já nos créditos, ele adicionou algumas cenas de making of como referência ao hábito de Machado de conversar com o leitor.
- É uma espécie de posfácio- explicou.
Bressane negou ainda que seu cinema seja um teatro filmado, relação costumeira feita com seus filmes.
- Não é porque tem um plano fixo e longo que é teatro filmado; teatro para mim é o que era feito antes da encenação de salão, aquela feita no espiritismo, por exemplo, na umbanda- concluiu o diretor.

Fonte: Portal Terra

Júlio Bressane apresenta "A Erva do Rato" em Veneza

Data: 04 de Setembro de 2008

Símbolo do cinema independente do Brasil, o cineasta Júlio Bressane, apresentou na última terça-feira, no Festival de Veneza, "A Erva do Rato", filme que retoma o universo literário de Machado de Assis, mostrando a repulsa das pessoas a ratos e esqueletos. Em uma entrevista coletiva, Bressane explicou que o filme "não é uma adaptação de Machado, mas sim, uma tradução em imagens de seu espírito." O embasamento literário da obra é construído a partir de dois contos do escritor, "Um Esqueleto" e "A Causa Secreta". O filme, protagonizado por Alessandra Negrini, que trabalhou com Bressane em "Cleópatra" de 2007, e Selton Mello ("Meu Nome Não é Johnny"), começa mostrando duas pessoas em um cemitério. "Ele" e "Ela", ali se conhecem e são condenados a ficarem juntos para sempre.
Julio Bressane, que é co-editor do filme junto com Rosa Dias, iniciou sua carreira em 1966, com o curta "Lima Barreto - Trajetória". Desenvolvendo uma carreira marcada por uma linguagem experimental, ritmo pausado e clara tendência estética, logo se consagrou como protagonista do Cinema Novo.

Fonte: Cinema com rapadura.

Veneza: Alessandra Negrini representa o Brasil

O Brasil está muito bem representado no Festival Internacional de Cinema de Veneza, isso porque Alessandra Negrini – com seu recente cabelo bem curtinho –, ao lado do diretor Julio Bressane, está divulgando o filme A Erva do Rato.
A exibição do longa aconteceu nessa última terça-feira, dia 2, e, de acordo com o jornal O Dia, foi muito bem recebido pela platéia do Festival. No entanto, ele não concorre a nenhum prêmio. Alessandra protagoniza o filme ao lado de Selton Mello, que não está em Veneza por estar ocupado rodando Jean Charles em Londres. A Erva do Rato é inspirado em contos de Machado de Assis e terá sua pré-estréia por aqui no Festival do Rio, em outubro.

Fonte: Estrelando.