Alê - Gossip na RG Vogue

Alessandra Negrini por RG

RG entrevista a atriz Alessandra Negrini, protagonista do filme "Cleópatra"

Alessandra Negrini vive uma de sua fases mais interessantes; é estrela, mas é cult. Depois de sair da pele da protagonista Global, num clássico (e extenuante) papel de gêmea boa e má, a atriz se dedica com afinco ao cinema, veículo que combina bem com ela. Ela filma sem parar. Não à toa, Negrini ganhou o prêmio de melhor atriz no último Festival de Brasília, por sua inserção na mítica Cleópatra, no filme de mesmo nome, do oblíquo Julio Bressane. RG assistiu ao filme, em cartaz nos cinemas, e foi conversar com a atriz sobre a obra, sua carreira e suas reações ao mundo.

Por e-mail (ela está numa longa viagem que vai levá-la do Canadá ao Japão), Alessandra bateu um papo com RG. A seguir:

RG: Como foi o processo de construção de Cleópatra? Imersão total em livros, filmes ou texto + intuição?

Alessandra Negrini: Trabalhamos muito com iconografia, que é muito vasta. Cleópatra foi retratada pelos pintores de todas as épocas, daí tiramos todo o gestual, muito importante no filme. Da história dela sabe-se pouco, o que mais interessa mesmo é o que se criou a respeito dela e a nossa Cleópatra é uma fantasia poética sobre todas as outras fantasias já criadas do mito. É delirante, lisérgica, erótica e estranha.

RG: Como você chegou ao sotaque da personagem, que se destaca de todo o linguajar do elenco?

AN: Acho que aí eu volto na pergunta anterior. Como não existem registros suficientes, foi na intuição. Também utilizamos um pouco do linguajar e do sotaque egípcio atual.

RG: A experiência de trabalhar com Bressane foi transformadora?

AN: Foi muito bom. Trabalhar com ele é ficar mais inteligente, é sair do lugar comum, experienciar o novo.

RG: Você sente medo de suas personagens antes de dominá-las?

AN: Medo não. Mas em Cleópatra deu um friozinho na barriga sim, mas numa boa.

RG: A Alessandra Negrini que não conhecemos é uma pessoa que dá valor a que?

AN: Ao respeito ao próximo e amor de família.

RG: Qual a maior vontade que você não conseguiu realizar? E a menor vontade que te realizou muitíssimo?

AN: Me considero uma pessoa realizada, mas ainda tenho muitas vontades. Não tenho pressa, o tempo é necessário. Agora a que mais me surpreendeu foi... (aqui, Alessandra não completou a frase).

RG: Você quer viver mais para que?

AN: Cuidar dos meus filhos e vê-los crescerem felizes.

RG: Pode nos adiantar algo que ninguém saiba sobre o seu futuro?

AN: O futuro sempre será imprevisível. Nem eu sei o que vai acontecer comigo amanhã. Logo logo devo voltar à TV, mas antes aproveitei para me entregar para o teatro e cinema. Depois de muito trabalho como protagonista, precisei um pouco de férias. O teatro me ajudou a descansar. No cinema, tem ainda estréia dos Desafinados (um longa) para esse ano. Acabei de filmar a Erva do Rato com o Selton Mello e ainda rodo No Retrovisor (adaptação da peça de Marcelo Rubens Paiva para o cinema) quando voltar de viagem. Bacana, pois ano passado foi inteiro dedicado à TV.

[entrevista do começo de junho, hj a Alê já voltou do Japão!]