14/09/2008

"A obra de Bressane ainda causa espanto no Brasil", afirma Alessandra Negrini


Protagonistas de "A Erva do Rato", de Julio Bressane, Alessandra Negrini e Selton Mello tiveram poucas horas juntos em Veneza, na terça-feira, 2. O ator está rodando em Londres a história de Jean Charles de Menezes e esteve na cidade italiana apenas para assistir ao filme e apresentar duas sessões - ele perdeu a primeira exibição e a coletiva do filme. Já Alessandra acompanhou tudo, emocionando-se com a recepção calorosa ao filme na primeira sessão de imprensa, na segunda-feira, 1º. Eles falaram com o UOL no terraço do hotel Excelsior:
Como foi esse convite do Julio Bressane?

Selton Mello - Fiquei muito feliz, porque sou entusiasta do cinema do Julio. Topei na hora, sem nem saber direito o que seria.

Alessandra Negrini - Ele me chamou uns três meses antes, estava em turnê com a peça "A Gaivota". Fizemos ensaios particulares, eu, ele e o Selton, na sala do Julio. É um grande prazer trabalhar com ele.

E como está sendo a recepção aqui em Veneza?

Selton - A Alessandra tinha me dito para prestar atenção na reação do público aqui. Fiquei comovido com o respeito que o Julio tem aqui.

Alessandra - A primeira sessão foi muito comovente, o Julio até se emocionou porque os jornalistas aplaudiram em pé.

A reação ao trabalho dele aqui é diferente?

Alessandra - É. Eles conhecem o trabalho, estudam o Julio. A obra do Julio no Brasil ainda causa espanto. E sempre há uma reação a essa novidade. Mas acho que lá também existe um publico jovem que se permite essa viagem.

O roteiro dele está totalmente pronto quando vocês começam a trabalhar?

Alessandra - Sim, o roteiro é preciso. Ele sabe exatamente o que quer. Não tem "depois a gente muda". O que fazemos é um trabalho de aproximação desse roteiro, porque ele não se apresenta com facilidade. O Julio nos fornece informações, muita iconografia. Por exemplo, eu sabia como iam ser as cores do filme antes de começarmos a rodar. Ele parte muito mais da imagem do que do drama dos personagens.

Ter um diretor que sabe tanto o que quer e é tão culto não intimida?

Selton - Não, porque tudo é feito com doçura. Ele é um camarada agradável. É um set doce.

Alessandra - O Julio é amoroso, ele está te amando ali no set e quer o que você tem para dar. É um processo amoroso, não é racional, não é intelectual.


Fonte: UOL Cinema.

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