26/10/2007

Cleópatra no 40º Festival de Brasília

















A Secretaria de Cultura do Distrito Federal divulgou, na manhã desta terça-feira, os filmes que concorrerão aos prêmios do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 2007.
Programado para acontecer entre 20 e 27 de novembro, o evento entra em sua 40º edição. Foram selecionados para a mostra competitiva (35 mm) seis longas-metragens e 12 curtas-metragens, todos inéditos no Brasil. No total, 179 filmes foram inscritos: 24 em 16 mm, 125 curtas em 35 mm e 30 longas em 35 mm. Segundo o integrante da comissão de seleção e jurado, Fernando Adolfo, o festival mantém a característica de ser bem seleto.

“Ao contrário do Rio ou de São Paulo, nós procuramos manter a exibição com dois longas diários além de alguns curtas. Ou seja, uma programação leve, possível de se acompanhar. Também fizemos questão de trabalhar apenas com montagens brasileiras”.
No entanto, essa edição inovará ao trazer para Brasília nomes conhecidos no cenário nacional.
“Calhou de selecionarmos filmes com um elenco famoso, o que não ocorre normalmente. São grandes intérpretes como Cássia Kiss, Miguel Falabella”. Entre os filmes selecionados na categoria Longa-metragem, está Meu Mundo em Perigo, de José Eduardo Belmonte. A montagem conta a história de Elias, um sujeito comum que passa por uma grande crise. Recém-separado da mulher, ele tenta ganhar a guarda do filho na justiça. Argumenta que a mãe não tem condições mentais de tomar conta da criança. Mas suas chances de vencer são poucas. Como se não bastasse, Elias também atropela e mata uma pessoa.

“Ao contrário dos filmes selecionados no ano passado, a temática que dominou foi a sensibilidade, os sentimentos. São obras mais sutis e que trabalham mais a própria estética do cinema”, revelou Adolfo.

Outra importante produção é Cleópatra, de Júlio Bressane. Também concorrendo à categoria Longa Metragem, o drama traz no elenco Miguel Falabella e Alessandra Negrini nos papéis de Julio César e Cleópatra. O filme, rodado como uma representação teatral carregada de simbolismo e em cores vivas, oferece uma aproximação "lírica, mas não mítica" sobre a rainha faraônica que ofuscou os dirigentes da Roma imperial de sua época, explicou Bressane em entrevista.

Este ano, o festival prestará homenagem a Paulo Emílio Salles Gomes. Crítico e historiador de cinema paulista, o artista viveu entre 1916 e 1977. Sua atuação e seus escritos influenciaram a análise do cinema no Brasil. Emilio foi preso durante o governo de Getúlio Vargas, após a Intentona Comunista de 1935. Mas escapou e fugiu para a Europa, onde passou dois anos. De volta ao Brasil, matriculou-se na Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e fundou o primeiro Clube de Cinema. “Teremos várias palestras para mostrar a grande contribuição de Paulo na cultura Brasileira”, ressaltou Adolfo.

Nenhum comentário: